CONTROLE DO APETITE

" (...) O ato de comer depende do equilíbrio de duas forças opostas: fome e saciedade. Para garantir que todas as células recebam energia suficiente para exercer suas funções, o cérebro lança mão de duas estratégias:

Controle minuto a minuto: ao chegar a hora das refeições, quando o estômago fica vazio, o aparelho digestivo envia diversas mensagens bioquímicas, que o cérebro reconhece como um pedido de socorro. Em resposta dispara o instinto da fome.

Como o estômago vazio durante muito tempo dispara a necessidade de comer grandes quantidades para aplacar a fome, quem precisa perder peso deve evitar jejuns prolongados.

Controle a longo prazo : o cérebro avalia permanentemente as reservas de energia estocadas no tecido gorduroso. Este tecido não é um simples depósito para armazenar energia. Ele libera tantos mediadores hormonais que hoje é considerado a segunda glândula mais importante do organismo (a primeira é a hipófise). Existem centros cerebrais especificamente preparados para analisá-lo. Assim que esses centros detectam a diminuição os depósitos de gordura, o cérebro toma 2 medidas para facilitar a recuperação do peso perdido :
Primeira: faz cair drasticamente a energia que o corpo gasta para funcionar em repouso com a finalidade de exercer suas funções básicas (metabolismo basal).

Segunda: Envia ordens irresistíveis para consumirmos mais calorias. Infelizmente, quando ocorre aumento de peso, os sinais opostos são quase imperceptíveis: não há aumento significativo da energia gasta em repouso, a fome não diminui, nem surge estímulo para aumentarmos a atividade física – ao contrário, tendemos a nos tornar mais sedentários.

Por razões mal compreendidas, o cérebro procura defender o peso mais alto que o corpo já atingiu. Para tristeza da mulher e do homem modernos, o organismo protege as reservas de gordura mesmo quando estocadas em quantidades exageradas. A mais insignificante tentativa de reduzi-lo é interpretada como ameaça à integridade física. Como conseqüência: Comer em excesso é um processo fácil de realizar. Comer pouco é um processo ativo que exige determinação e força de vontade."

Fragmentos do guia prático de saúde e bem estar - Coleção Dr. Dráuzio Varela ( Obesidade e Nutrição) págs. 14 a 16